Se você se interessa por tecnologia e inovação e tem vontade de empreender, com certeza já se perguntou sobre como criar uma startup do zero.
O Brasil possui hoje cerca de 12.700 startups, segundo a Abstartups. Esse número é 20 vezes maior do que em 2011, ano de fundação da entidade, que contabilizou 600 negócios.
Startups são empresas que oferecem soluções inovadoras e eficientes para um problema por meio da tecnologia e que podem ser utilizadas em grande escala. Possuem também uma estrutura enxuta, focada no crescimento rápido. Esse conjunto de características faz com que as startups passem a ser candidatas a se tornarem as grandes empresas do futuro.
Primeiros passos: como criar uma startup do zero
Apesar do constante surgimento de empresas baseadas em tecnologia, criar uma startup não é tarefa fácil. É preciso resolver um problema de maneira inovadora e sempre manter o foco no cliente.
Com o objetivo de auxiliar quem gostaria de empreender, mas não sabe por onde começar, a CEO e fundadora da WE Impact, Lícia Souza, separou algumas dicas. Confira:
Como saber se sua solução é realmente necessária
Avançando para as próximas fases
A importância de ficar de olho nas novidades
Tenha uma ideia e descubra se ela é relevante!
Defina a ideia e o problema
Startups procuram resolver dores de pessoas ou de empresas, e um dos principais motivos para a morte prematura dessas empresas é, justamente, o negócio não resolver um problema real.
“É comum que empreendedoras e empreendedores tenham uma ideia e acabem se apaixonando por ela, mas esse não é o caminho para criar uma startup de sucesso. É preciso se apaixonar pelo objetivo de solucionar um determinado problema, e não por uma solução específica”, aconselha Lícia Souza.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas (ONU), podem auxiliar na identificação de problemas reais a serem resolvidos. Um exemplo é a ODS 3, que possui o intuito de assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
Dela, podem surgir healthTechs, startups voltadas para a saúde do público em geral, ou femtechs, especializadas em cuidados e monitoramentos específicos para as mulheres.
Faça uma pesquisa de mercado
Segundo a CEO, uma pergunta importante a ser feita é “o que eu sei sobre o mercado em que gostaria de atuar?”.
Sem entender o mercado de atuação, será muito difícil elaborar hipóteses sobre ele e prosseguir com a criação do negócio.
“É preciso saber quais são as tendências da área, quem são as principais empresas atuando no segmento, quem é a referência no setor e o que as soluções disponíveis ainda não resolvem. Também pode ser interessante analisar os pontos fortes e fracos do setor em que se almeja atuar e os nichos explorados”
Lícia Souza – WE Impact
Faça a validação do problema
Depois de ter desenvolvido a ideia do negócio, é preciso validar o problema. Isso pode ser feito por meio de uma entrevista com clientes em potencial, ou seja, pessoas com o perfil que a startup deseja atender.
“O objetivo desta etapa é conhecer o público alvo do negócio e entender as principais dores geradas pelo problema em questão, a fim de conseguir desenvolver uma solução ancorada em dados reais, sem depender de achismos”, comenta a executiva ao reforçar a importância de validar a questão que o produto pretende resolver.
Desenvolva o produto que você irá oferecer
Trabalhe na geração de hipóteses
Na etapa de geração de hipóteses, é preciso responder a algumas perguntas sobre o produto ou serviço que está sendo desenvolvido: quem é o cliente, qual a melhor prova de valor, quem são os parceiros, quais são os canais de venda, qual será o valor, quando haverá lucro etc.
“Isso pode ser feito por meio da aplicação do Business Model Canvas, uma ferramenta de planejamento de modelo de negócios que facilita a visualização das conexões entre o que está sendo proposto pelo negócio e as partes envolvidas”, orienta Lícia.
Crie seu MVP
A criação do MVP, “Minimum Viable Product” ou produto mínimo viável, é essencial para que, antes de investir tempo e dinheiro na criação de algo, a startup possa validar a solução.
Ele consiste em uma versão simples do produto lançada com uma quantidade mínima de esforço e desenvolvimento. É uma maneira de prevenir gastos precipitados, coletar feedbacks do público alvo e verificar a aceitação do produto ou serviço antes da versão oficial.
Por exemplo, o Facebook, hoje uma das redes sociais mais utilizadas no mundo, surgiu em 2004, sob o nome de Thefacebook.
O MVP da rede social era um modelo básico do produto, com funcionalidades mínimas. Os testes foram feitos com um pequeno grupo de usuários iniciais e, a partir disso, ele se expandiu, em 2006, para além do uso nas universidades de Stanford, Columbia e Yale.
“Nessa fase, é essencial deixar o mercado falar para entender se o produto realmente propõe uma solução efetiva. Essa troca permite encontrar o melhor preço e perceber alguma eventual mudança de demanda no mercado”.
Lícia Souza – WE Impact
O trabalho continua…
Nas fases iniciais da startup, é comum que a pessoa que empreende tenha que investir do próprio bolso.
Já depois do produto validado e em circulação, mesmo que em uma versão mais enxuta, suas lideranças podem começar a avaliar o melhor momento para captar recursos externos e, se for o caso, entender qual tipo de investimento faria mais sentido para fazer o negócio crescer.
“Os principais tipos de investimento para startups em fases iniciais são o investimento-anjo, geralmente uma pessoa física que acredita no potencial e está disposta a arriscar, e fundos ou empresas de investimento de seed capital, como é o caso da WE Impact”, finaliza Lícia.
Fique de olho nas novidades
Além das dicas apresentadas pela nossa CEO, outro ponto importante sobre como criar uma startup de sucesso é continuar aprendendo e se manter sempre informada sobre as atualizações do mercado e as tendências do ecossistema empreendedor.
No nosso blog você pode aprimorar seus conhecimentos lendo também sobre como promover o empoderamento feminino na sua startup e qual é o modelo de vendas ideal para o seu negócio.
Outra ferramenta que pode te ajudar é a WE Impact News, nossa newsletter colaborativa repleta de conteúdo e novidades sobre o mundo dos negócios e o ecossistema de startups.