Você já parou para pensar no papel da comunicação interna na promoção da diversidade e inclusão?
Esse setor vai muito além de e-mails corporativos e boletins informativos. E pode desempenhar um papel crítico na formação de uma cultura organizacional e na disseminação dos valores e princípios que regem a empresa.
Quando estrategicamente alinhada com a promoção da diversidade e inclusão, torna-se uma ferramenta poderosa para influenciar atitudes, comportamentos e percepções dos colaboradores.
Conversamos com Bruna Charifker Vogel, especialista em comunicação interna da Empiricus. Ela fala sobre a importância da comunicação na promoção de uma cultura empresarial mais saudável, inclusiva e diversificada. Além disso, ela compartilha sua trajetória profissional e os passos que deu para se reinventar no mercado. Confira :
Ingressando no mercado financeiro
Bruna conta que o início de sua carreira foi bem diferente do caminho que ela está seguindo agora. Inicialmente, optou pela arquitetura, mas com o tempo percebeu que não era o que realmente queria. Mais tarde, teve contato com as ciências sociais e se identificou profundamente com esse campo.
Para ela, essa jornada de descoberta foi crucial, pois acredita que uma profissão vai além do desempenho no trabalho, está também relacionada à maneira como uma pessoa se posiciona no mundo.
“Seu trabalho, não é apenas um meio de sustento, não é mesmo? Sabemos que o trabalho ocupa uma grande parte de nossas vidas. Passamos mais tempo trabalhando do que até mesmo com nossas famílias, aspectos muito subjetivos. Quando conhecemos alguém novo, as duas primeiras perguntas geralmente são sobre o nome e a profissão, indicando como o trabalho está conectado à nossa identidade.”
Bruna Charifker Vogel, especialista em comunicação interna da Empiricus
Ao decidir mudar de área, também mudou de região, deixando sua cidade natal, Recife, e indo para São Paulo. Durante e após a faculdade, trabalhou em um campo conhecido como sociologia da violência, explorando temas ligados aos direitos humanos e segurança pública, atuando em academias, instituições governamentais e organizações não-governamentais.
Realizou um mestrado internacional nessa área e, ao retornar ao Brasil, optou por experimentar novos caminhos, mas eventualmente voltou para sua área original. No entanto, em determinado momento de sua vida, grávida do segundo filho, enfrentou um dilema comum a muitas mulheres.
“Enfrentei um grande conflito interno, sentindo que não estava conseguindo lidar nem com meu trabalho nem com a maternidade. Já tinha uma filha e estava esperando o segundo filho, então decidi pedir demissão naquela época”, explica.
Passou um período sabático dedicando-se aos filhos e à família, mas em 2019 decidiu iniciar um movimento para reintegrar-se ao mercado de trabalho.
“Eu realmente queria voltar a trabalhar, mas tinha muito medo de não dar conta. Perguntava-me como explicaria esses anos sem atividade no meu currículo, sabendo que isso é uma preocupação no mercado. Decidi voltar a estudar, entendendo que isso me ajudaria a me dedicar a algo novo, começar a fazer networking e me reintegrar ao mercado de alguma forma.”
Bruna Charifker Vogel, especialista em comunicação interna da Empiricus
Durante esse processo, encontrou a oportunidade de participar de um programa de trainee para pessoas acima de 40 anos na Empiricus e decidiu se inscrever.
“Pensei: ‘Vou arriscar’, porque esse programa não se concentra apenas na idade, mas também em pessoas que desejam fazer uma transição de carreira. Estavam buscando pessoas de fora do mercado mesmo. Foi um processo muito enriquecedor, e após 6 meses no programa, recebi a proposta de estruturar a área de comunicação interna, que era uma grande demanda da empresa.” comenta.
Ações de diversidade e inclusão na Empiricus
Desde que iniciou sua jornada como especialista em comunicação interna na empresa ela apoiou e presenciou várias ações de diversidade e inclusão nas quais divide em tres pilares:
Pilar de entrada
Focado em trazer mais diversidade para o grupo. Por exemplo, participou de um programa centrado na diversidade etária. Houve também um programa de trainee para redatores nos portais “Money Times” e “Seu Dinheiro”, no qual a diversidade regional foi enfatizada, trazendo pessoas de fora de São Paulo, oferecendo bolsas de auxílio para apoiá-las durante o programa.
“Em nosso programa de estágio, não utilizamos critérios restritos de universidades, o que nos permitiu ter mais diversidade. Sabemos que no Brasil, as universidades de elite tendem a ser frequentadas por pessoas de elite socioeconômica, e sem esse filtro, conseguimos ampliar a diversidade”, explica.
No sentido de trazer diversidade socioeconômica, a empresa também estabeleceu parcerias com a You Code, uma plataforma de treinamento para desenvolvedores, focada em pessoas de baixa renda.
Pilar de treinamento e desenvolvimento
Um pilar voltado para conscientização e sensibilização sobre questões relacionadas à diversidade e inclusão. São promovidos debates e workshops sobre a agenda LGBTQIA+, gênero, pessoas com deficiência, raça, entre outros. Alguns exemplos incluem workshops sobre capacitismo e pessoas no espectro autista, bem como laboratórios sobre vieses inconscientes.
Pilar de parcerias
A Empiricus busca colaborar com empresas e instituições especializadas para apoiar a promoção da diversidade e inclusão, ampliando o impacto social dessas iniciativas. Algumas parcerias incluem a F4SHE, comunidade de mulheres no mercado financeiro, Maturi, plataforma dedicada à diversidade etária e oportunidades para maiores de 50 anos no Brasil, e o Instituto Stencoff, centro de atendimento, pesquisa e inovação no campo do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Onde encontrar outros cases e dicas práticas de D&I
Um material que pode complementar as dicas compartilhadas por Bruna é a cartilha Princípios de Empoderamento das Mulheres para Startups, produzida pela WE Impact em parceria com a ONU Mulheres e a Gema Consultoria.
Este material apresenta posicionamentos, ações e mecanismos concretos que as empresas podem adotar para promover valores como diversidade, liderança e empoderamento feminino em todas as fases de desenvolvimento.
O conteúdo é baseado nos Princípios de Empoderamento das Mulheres da ONU, também conhecidos como WEPs – Women’s Empowerment Principles. Clique aqui para baixar!