Já parou para pensar na importância promover o empoderamento feminino em sua empresa? A desigualdade, a privação de direitos e de oportunidades são questões que acompanham as mulheres ao longo dos séculos.
Por mais que existam dados científicos e inúmeros cases de sucesso, ainda é comum observar a figura da mulher sendo minorizada no ambiente de trabalho e em outras esferas da sociedade.
As mulheres possuem a maior taxa de desemprego, a maior taxa de informalidade e um salário 27,1% menor que o dos homens, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mundo do empreendedorismo e no ecossistema das startups, essa desigualdade é ainda maior.
De acordo com dados divulgados pelo Crunchbase e pelo Latin america Business stories (LaBs): dos 4,4 bilhões investidos em startups latinoamericanas em 2020, nenhum foi destinado a startups fundadas exclusivamente por mulheres.
Pensando nisso, a WE Impact, em parceria com a ONU Mulheres e a Gema Consultoria em Equidade, lançaram a cartilha 7 Princípios de Empoderamento das Mulheres para Startups.
Neste artigo, você vai ler sobre:
- O que é a cartilha
- Os Princípios de Empoderamento Feminino
- Como aplicá-los nas startups
- Onde baixar a cartilha
O que é a cartilha
O material, disponibilizado gratuitamente, mostra como o ecossistema de startups pode impulsionar valores como igualdade de gênero, diversidade, liderança e empoderamento feminino.
Para contribuir com essa transformação, o documento apresenta posicionamentos, ações e mecanismos concretos que podem ser adotados para a implementação dos 7 Princípios de Empoderamento Feminino, com orientações pensadas especialmente para o ambiente e os desafios das startups.
A cartilha chama atenção também para a importância de um olhar interseccional: Levar em consideração as diferenças presentes dentro do gênero feminino, como raça, classe, deficiência e orientação sexual, é fundamental para promover a diversidade e a verdadeira equidade.
Esse olhar contribui não apenas para uma realidade justa e igualitária, mas também serve como uma estratégia de negócios. Pesquisas realizadas pela OIT e pela consultoria McKinsey comprovam que empresas que possuem maior equidade de gênero e diversidade são mais saudáveis, produtivas, lucrativas e tendem a ultrapassar outras corporações nos quesitos inovação e colaboração.
Os Princípios de Empoderamento das Mulheres
Os sete Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs, da sigla em inglês para Women’s Empowerment Principles) foram lançados em 2010 pela ONU Mulheres e pelo Pacto Global da ONU.
O documento é baseado nos padrões internacionais de trabalho e de direitos humanos, e têm como diretriz o reconhecimento de que as empresas também são responsáveis e possuem interesse pela equidade de gênero.
Cada vez mais as grandes empresas procuram investir na igualdade de gênero, mas as startups são as maiores apostas para a promoção da igualdade de gênero, a liderança e o empreendedorismo feminino. Conhecidas como as empresas do futuro, elas oferecerem soluções inovadoras e possuem um grande potencial de crescimento.
A cartilha detalha ações para que qualquer startup, independentemente da fase – seja ideação, validação, tração ou escala -, possa adotar facilmente os WEPs.
Conhecendo os princípios de empoderamento feminino e como aplicá-los nas startups:
1 . Estabelecer liderança corporativa de alto nível para a igualdade de gênero
Inspirar os demais integrantes da startup a contribuir com equidade de gênero com o incentivo e exemplo da liderança. A busca por um ambiente igualitário deve se tornar uma das metas e estar presente em todos os processos da empresa.
Além disso, pessoas com gênero, raça, orientação sexual e origem socioeconômicas diferentes, devem ser convidadas a liderar.
2 . Tratar todos os homens e mulheres de forma justa no trabalho – Respeitar e apoiar os direitos humanos e a não discriminação
Reconhecer que grupos diferentes possuem necessidades diferentes e trabalhar para a construção de um ambiente saudável, inclusivo e focado no desenvolvimento de todos que colaboram com a startup.
3 . Garantir a saúde, a segurança e o bem-estar de todos os trabalhadores
Procurar entender os diferentes conceitos de saúde e segurança entre homens e mulheres. Criar medidas efetivas para garantir o respeito, bem-estar, segurança, saúde física e mental para os diferentes grupos.
Combater a precarização do trabalho, incentivar práticas saudáveis e oferecer uma flexibilização da carga horaria são alguns exemplos.
4. Promover a educação, a formação e o desenvolvimento profissional das mulheres
Reconhecer que o conhecimento e a educação são ferramentas poderosas para remover barreiras culturais e contribuir para a equidade de gênero na empresa.
Capacitações que difundam a igualdade de gênero e treinamentos focados na ascensão das profissionais são boas formas de começar!
5. Apoiar o empreendedorismo feminino e promover políticas de empoderamento feminino por meio das cadeias de suprimento de marketing
Pensar na equidade de gênero não apenas como um requisito interno, mas também em todos os processos da startup.
Priorizar empresas fornecedoras e empresas de prestação de serviços lideradas por mulheres ou com alto índice de diversidade. Outro ponto fundamental é evitar reforçar estereótipos e buscar promover a equidade de gênero em suas ações de marketing.
6. Promover a igualdade de gênero por meio de iniciativas voltadas a comunidade e ao ativismo social
Se atentar para a responsabilidade social! Contribuir mobilizando comunidades, organizações sem fins lucrativos e produzir ações que contribuem para geração de renda e outros impactos positivos na vida das mulheres.
7. Medir, documentar e publicar os progressos para alcançar a igualdade de gênero
Atuar com transparência, criar indicadores e divulgar relatórios sobre a busca da igualdade de gênero dentro da startup. Assim como a performance e os resultados da empresa são constantemente mensurados, avanços na equidade devem ser medidos e reportados.
Hora de partir para a ação!
Agora que você já sabe quais são os 7 Princípios de Empoderamento Feminino, baixe a cartilha para conhecer mecanismos concretos que a sua startup pode aplicar em cada um deles ao longo da sua jornada de desenvolvimento.
Assim, poderá contribuir para a transformação do ecossistema em um ambiente mais inclusivo, igualitário e, consequentemente, muito mais inovador!