Você está preparada para iniciar uma jornada de captação na sua startup? Antes de mais nada, é preciso ter certeza de que a tecnologia do seu produto possui maturidade suficiente para dar esse passo, aderir às práticas que conquistam os steakholders e ter informações básicas sobre sua atuação bem definidas e organizadas em um Pitch Deck. Com esses pontos bem estruturados, poderá começar a sua busca, pesquisando as melhores opções de investimentos em startups e ficando atenta às novidades do ecossistema.
E as oportunidades para isso só aumentam! Os investimentos em startups cresceram 300% neste ano. Segundo dados de uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Venture Capital e Private Equity (ABVCAP) em parceria com a KPMG, no Brasil, foram aplicados cerca de R$ 33,5 bilhões nos nove primeiros meses de 2021 – três vezes mais do que foi investido no mesmo período de 2020.
Para se ter uma ideia, só no terceiro trimestre, 92 startups receberam investimentos. Entre elas, estavam 29 fintechs e insurtechs, 11 softwares e 9 logtechs. Esse aumento pode ser percebido também nos valores dos aportes: 226 negócios receberam em média R$ 130,7 milhões em 2021. Já nos primeiros nove meses de 2020, foram 147 negócios que receberam cerca de R$ 80,2 milhões.
Agora que você já sabe os primeiros passos e o tamanho das oportunidades, pode revisar o que ainda não foi feito, alterar o que precisa melhorar ou até mesmo começar do zero a preparar tudo o que é preciso para o sucesso na captação de investimentos em startups:
Entenda a maturidade do seu produto
Adote práticas de diversidade e ESG
Fique atenta às oportunidades de investimentos em startups
Entenda a maturidade tecnológica do seu produto
Entender a maturidade tecnológica do seu produto é vital para construir um produto adequado ao momento comercial da sua startup e conquistar os melhores resultados entre as “capabilities” tecnológicas.
Antes de mais nada é preciso definir alguns pontos básicos sobre o propósito da sua solução e como seu produto ou serviço será no futuro:
– Quem são os clientes alvo?
– Qual necessidade supre?
– Qual é o tamanho e as características do mercado em que se encaixa?
– Qual o benefício principal (razão convincente para a compra ou contratação)?
– Inovação: o que diferencia seu produto serviço dos outros e o faz tornar único?
A partir daí, é construída uma frase que reflete a missão do produto e quais objetivos ele pretende alcançar no longo prazo. Um exemplo de visão de produto da Netflix seria:
“Para millennials que desejam entretenimento sob demanda, a Netflix é um serviço de TV por assinatura online que funciona perfeitamente. Ao contrário da HBO ou da HULU, a Netflix lança conteúdo original para assistir compulsivamente.”
Christiano Milfont, no Workshop Concierge Startup, promovido pela WE Impact
Essa descrição guia a equipe de desenvolvimento, relembrando qual é o objetivo comum que tenta alcançar. Assim, garante que as ações tomadas estejam em conformidade. Essa visão é muito útil quando estamos trabalhando com um novo produto ou precisamos alinhar uma equipe em torno das atualizações de um produto existente. É a primeira etapa para o desenvolvimento, mas também pode sofrer alterações conforme o ciclo de vida do produto progride.
A partir desse ponto, você poderá continuar seu processo de desenvolvimento, uma jornada que conta com a estruturação de um Product Tech Deck, análises de métricas que vão te ajudar a analisar e mensurar seus progressos como a “Fit for Purpose” (métrica que indica se seu produto ou serviço é adequado ao propósito que o cliente escolheu) e os OKRs – objetivos e resultados-chave (metodologia utilizada para orientar os esforços das empresas em direção a objetivos cruciais que possam ser medidos).
Após esse processo, além de identificar sua maturidade tecnológica e ter mais propriedade sobre seu produto, é possivél também identificar e trabalhar as fraquezas da sua solução, elaborar um Roadmap para guiar seu time nas próximas etapas e se preparar para passar por uma due diligence (procedimento que avalia os riscos de uma transação e faz parte dos processos de investimentos em startups).
A importância das práticas de diversidade e do ESG para os investimentos em startups
A ideia de construir um futuro mais sustentável vem gerando oportunidades para startups que utilizam tecnologia e inovação para criar soluções voltadas para o meio ambiente, a sociedade e a governança. Mas o ESG deve ser uma preocupação também para as startups que atuam em outras esferas.
Essas práticas contribuem com os índices de conversão de clientes e valorização de produtos e serviços, de acordo com dados de uma pesquisa do Union e Webster, e ajudam ainda na criação de uma cultura organizacional forte e na retenção de talentos, já que os funcionários se sentem mais felizes em trabalhos que geram impactos positivos e empresas alinhadas aos seus valores.
Esse setor vem chamando a atenção e movimentando muitos recursos nos investimentos: no ano passado, foram registrados 85 novos fundos declarados como sustentáveis e, globalmente, iniciativas do tipo vem movimentando cerca de US$ 30 trilhões segundo a Global Sustainable Investment Alliance.
Por mais que a sigla ESG seja mais associada ao meio ambiente, ela também engloba boas práticas de transparência, direitos humanos e questões socioculturais que vem ganhando mais espaço dentro das corporações. Para se ter uma ideia, mais de 80% dos CEOs entrevistados para o relatório KPMG 2021 CEO Outlook no Brasil e no mundo confirmam que modificaram seus programas de ESG, colocando mais foco no componente social, em razão da pandemia.
Metade dos participantes do estudo avaliaram que havia uma forte demanda, por parte dos stakeholders, para relatórios mais transparentes sobre sustentabilidade, pautas sociais e governança. Um dado que, além de reforçar a importância dessas práticas para a captação, demonstra que o ESG não é uma preocupação apenas de quem está em busca de investimentos em startups, mas também de grandes empresas globais.
Além de preencher os relatórios exigidos pelos tomadores de decisões, esses fatores sociais como diversidade e inclusão promovem maiores taxas de inovação e produtividade, segundo dados de uma pesquisa realizada pela OIT e pela consultoria McKinsey.
As empresas com maiores índices de liderança feminina, por exemplo, também tendem a render mais lucros para seus investidores. Uma análise do BCG – Boston Consulting Group mostra que, ao receber um aporte, uma empresa fundada por mulher recebe menos do que a metade (cerca de 935 mil dólares) se comparada a empresas fundadas por homens (cerca de 2,1 milhões de dólares). Mesmo com essa disparidade, as startups fundadas e cofundadas por mulheres tiveram um desempenho melhor ao longo do tempo e geraram 10% a mais em receita acumulada nos cinco anos.
Essa realidade pode ser uma das justificativas para os índices de diversidade e inclusão se tornarem cada vez mais importantes para os stakeholders. Em 2020, o Goldman Sachs Group Inc informou que o banco só vai auxiliar empresas no lançamento de ações (IPO) que tenham ao menos uma pessoa “diversa” em seu conselho de administração, dando foco à presença de mulheres. Em 2021, esse número dobrou.
Mais recentemente, a Nasdaq, uma das bolsas de valores mais importantes do mundo, passou a exigir das empresas que a integram a adoção e divulgação de ações de ampliação de diversidade. Além disso, as corporações devem ter, no mínimo, dois diretores considerados diversos (pertencentes a um grupo minorizado).
Tenha um bom Pitch Deck
Depois de definir sua maturidade tecnológica e adotar práticas ESG, o próximo passo para captar investimentos em startups é criar uma apresentação com as informações mais importantes sobre a sua atuação: como funciona a solução, diferenciais do negócio, tamanho do mercado em que atua, projeções para o futuro… juntando esses e outros dados a um discurso e um design pensados para impressionar os stakeholders, você terá o seu Pitch Deck!
Uma apresentação que pode ser criada em PowerPoint, Keynote ou Prezi, usada para fornecer a potenciais investidores, clientes, parceiros e co-fundadores uma visão geral rápida de seu plano de negócio e expansão.
Além dessas informações estratégicas, a capacidade de storytelling (técnica utilizada para se contar uma história interessante e envolvente) da empreendedora também é crucial para o sucesso na hora da captação.
Um bom Pitch Deck precisa conter alguns pontos essenciais, como: propósito da empresa, problema, produto, roadmap, cenário competitivo, mercado, modelo de negócios, dados financeiros, time, use of proceeds, vluation, agradecimento e uma seção você para dados e informações complementares. No artigo aprenda a montar a apresentação que vai impressionar os investidores, falamos de forma bem completa sobre cada um desses itens.
Fique atenta às oportunidades de investimentos em startups
De nada adianta alinhar todos os itens acima e não ir em busca de oportunidades de investimentos em startups. Existem diversas portas para conseguir um aporte. Aceleradoras, investidores anjo e fundos de investimento e as venture builders são algumas delas. O Mapa de Acesso a Capital produzido pela Endeavor Brasil, mostra as alternativas de investimentos disponíveis no mercado, te ajuda a definir a opção ideal para a realidade da sua startup e oferece conceitos e boas práticas para o processo de captação.
É possível acessar essas opções com ajuda de uma rede de contatos, participando de eventos do ecossistema de investimentos e se atentando à abertura de chamadas públicas.
Na WE Impact, primeira venture builder dedicada a mulheres líderes de startups, além das chamadas públicas, temos também um formulário que está sempre disponível em nosso site para cadastro de startups que estão em busca de investimentos.
Para participar de um dos nossos processos de seleção, a startup deve possuir fundadoras e/ou líderes mulheres, base tecnológica e atuar em modelo B2B (oferecer soluções voltadas a outras empresas). Se encaixa nesses requisitos? Clique no link e cadastre-se.