Você já parou para pensar na importância de se desenvolver soft skills nas startups?
Em 2025, habilidades como criatividade e flexibilidade podem se tornar as mais requisitadas no mercado. Os dados são do relatório “The Future of Jobs 2020”, do Fórum Econômico Mundial, que sinaliza que 50% das competencias profissionais devem mudar nos próximos cinco anos.
Isso acontece devido à rápida transformação que está acontecendo no mercado. A previsão é de que a automação e uma nova divisão do trabalho entre humanos e máquinas impactem 85 milhões de empregos em todo o mundo.
Junto com essa mudança de cenário, surge uma enorme demanda por habilidades como pensamento crítico, análise e resolução de problemas. Além disso, características ligadas à autogestão, como resiliência e tolerância ao estresse, são cada vez mais valorizadas.
O que são soft skills?
Essas habilidades estão diretamente ligadas a nosso comportamento social e à forma com que nos expressamos emocionalmente.
Elas foram subvalorizadas por muito tempo, por não se encaixarem no conhecimento técnico, mas são extremamente importantes para a jornada profissional e funcionamento da empresa. São elas que determinam a forma como nos comunicamos, expressamos e colaboramos com os outros.
Com essa mudança de cenário, as soft skills estão se tornando premissas básicas para qualquer tipo de trabalho – atualmente, 87% das recrutadoras e recrutadoras acreditam que elas são cruciais ao avaliar candidaturas.
Dessa necessidade, surgem soluções como a Tamboro, uma startup que desenvolve essas habilidades por meio de inteligência de dados, fundada por Maíra Pimentel.
Nesse artigo, ela fala mais sobre a importância das soft skills e compartilha dicas de como prover esses valores na sua startup:
Utilizando a tecnologia para desenvolver soft skills
Aplicando as soft skills nas startups
Principais habilidades sociocomportamentais
Como lideranças podem promover soft skills nas startups
Utilizando a tecnologia para desenvolver soft skills
Formada em Comunicação Social, Maíra Pimentel realizou sua transição de carreira para tecnologia durante a popularização da internet comercial no Brasil.
Ela começou atuando com gerenciamento de projetos na área de criação e desenvolvimento de websites e, quando o celular começou a ser comercializado em maior escala no país, migrou para a indústria de telecom.
Com a maternidade, deu outro passo importante em sua jornada: a decisão de investir seu tempo e energia em projetos ligados ao impacto social. Desse projeto, surge a conexão com Samara Werner, que mais tarde se tornou cofundadora da Tamboro.
Na época, claro, o conceito “impacto social” sequer existia. Fui fazer uma pós em responsabilidade social e terceiro setor e, nesse movimento de criar uma rede na área, conheci a Samara, que é minha sócia hoje.
-Maíra Pimentel, Cofundadora e Diretora de Projetos da Tamboro
Juntas, as duas começam a desenvolver projetos privados com foco no impacto das novas tecnologias em processos de aprendizagem e desenvolvimento humano e, depois de algum tempo, embarcaram na jornada empreendedora.
A Tamboro é uma edtech especializada na avaliação e desenvolvimento de pessoas por meio de inteligência de dados que atua no mercado B2B, mas nem sempre teve a missão de promover soft skills no ecossistema corporativo. “Nosso foco era a educação básica, para crianças e jovens. Desde 2018, pivotamos e estamos trabalhando com treinamento de equipes em grandes empresas”, afirma Maíra.
Aplicando as soft skills nas startups
Assim como a inovação e a transformação digital, as corporações que investem no treinamento e desenvolvimento dos profissionais do futuro podem passar a contar com uma grande vantagem competitiva.
Acreditamos que é importante desenvolver competências essenciais para o mundo contemporâneo, que vai além do século XXI. É necessário pensar no profissional do século XXII, século XXIII…temos que estar sempre olhando para frente.
Maíra Pimentel, cofundadora da Tamboro
Quando fala sobre o papel das soft skills nas startups, a CEO cita dois pontos importantes:
-A necessidade de uma visão mais ampla para a educação: “é preciso entender que as habilidades sociocomportamentais estão muito ligadas ao autoconhecimento do time e que os treinamentos promovidos pela empresa devem ser relevantes para tanto para o desenvolvimento pessoal quanto profissional”.
-Trabalhar no desenvolvimento de toda a cadeia produtiva da empresa: ela explica que é essencial que todos os profissionais, e não apenas times ligados à liderança e estratégia, tenham acesso a programas de treinamento e desenvolvimento.
Quando se tem toda a cadeia produtiva da empresa com essas habilidades bem desenvolvidas, existem mais chances de surgir um insight, uma crítica ou uma sugestão de como resolver um problema complexo daquele negócio.
“Existem cases de problemas dentro de fábricas e indústrias que quem está lá na ponta da operação consegue encontrar várias soluções para resolver determinado problema.”
Maíra Pimentel, Maíra Pimentel, cofundadora da Tamboro
Junto com o acesso à educação e possibilidade de desenvolvimento, é importante que todos tenham espaço para falar e ter suas ideias levadas em consideração. “Muitas vezes, quem está lá dentro da área estratégica não abre espaço para escuta.”, comenta.
Principais habilidades sociocomportamentais
A CEO se baseia no “The Future of Jobs 2020” e outros reports das consultorias do setor para citar as soft skills fundamentais para o sucesso de uma startup. São elas:
– Criatividade: se engana quem acha que essa habilidade é importante apenas para artistas! Nos negócios, ela está ligada ao surgimento de ideias e soluções originais, resolução de desafios e produção de novos resultados.
-Capacidade de resolver problemas: quando a colaboradora ou colaborador tem o comportamento, técnicas e ferramentas necessárias para resolver problemas de forma rápida, eficaz e com o menor índice de efeitos colaterais possível.
-Pensamento Crítico: profissional que tem capacidade de análise dos fatos, experiências, comentários ou situações com o objetivo de formar uma opinião própria.
-Flexibilidade: facilidade em se adaptar às mudanças de cenário, regras e demandas.
-Comunicação: capacidade de escuta e de se comunicar de maneira objetiva. Saber compartilhar informações e se expressar com os clientes, parceiros e demais integrantes do time, sempre visando uma relação saudável e não violenta.
Como lideranças podem promover as soft skills nas startups
Para lideranças de startups que desejam desenvolver essas soft skills na sua equipe, ela deixa como principal conselho promover a prática e o compartilhamento.
“Não existe outro jeito de você desenvolver uma habilidade ou competência que não seja colocando em prática. E como fazemos isso? É muita leitura, muita pesquisa, muita troca e colaboração entre pares”, reforça.
As pessoas sempre dizem que me comunico muito bem! E eu respondo que é graças à quantidade de pitchs que já apresentei, defesas que precisei realizar, formações de professores… Fui tão exposta a processos de comunicação, diálogo e escuta que, naturalmente, fui desenvolvendo essa habilidade, além de outros cursos mais específicos que fiz.
Maíra Pimentel, Cofundadora e Diretora de Projetos da Tamboro
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Saber a importância das soft skills nas startups e como promovê-las é apenas uma estratégia que pode te ajudar no crescimento e sucesso do seu negócio.
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