Mesmo diante de especulações sobre a “fonte do Venture Capital ter secado”, na América Latina, estamos no segundo melhor ano já registrado por esse mercado, com investimentos no primeiro semestre de 2022 que já superaram os anos completos de 2019 e 2020.
Isso é o que mostra o LAVCA VC & Tech Mid-Year Trends na América Latina, estudo da LAVCA – Associação de Investimento em Capital Privado na América Latina apresentado, no Brasil, em parceria com a Microsoft, Bertha Capital e WE Impact.
A análise detalhada do mercado de investimentos de risco em 2022 aponta tendências como aportes por meio do Venture Debt, o aumento da proporção de investimentos em startups lideradas por mulheres e o protagonismo do Brasil dentro da região.
Além disso, mostra quais foram as verticais que mais atraíram investimentos nesse período e registra a crescente participação de corporações em transações desse tipo.
Neste artigo, reunimos os destaques do estudo para que você entenda melhor o atual cenário e acompanhe as principais tendências do Venture Capital na América Latina! Confira:
Tendências do Venture Capital na América Latina
Corporações de olho no Venture Capital
Empreendedorismo feminino e o Venture Capital
Como receber aporte de uma iniciativa dedicada a mulheres
Tendências do Venture Capital na América Latina
Segundo o estudo da LAVCA, as startups da América Latina assinaram 541 acordos e captaram mais de US$5 bilhões em investimentos de Venture Capital no primeiro semestre de 2022.
Como maior mercado de investimentos de risco, o Brasil foi responsável por boa parte desses números. No mesmo período, nosso país movimentou US $2,2 bilhões, investidos em 232 transações, representando 41% do capital e 43% dos negócios da região.
A evolução é gradual, mas constante, em um ecossistema mais experiente, equitativo e resiliente. Isso pode ser visto pelo aumento significativo do financiamento para empresas lideradas por mulheres, bem como um capital substancial para investir em oportunidades, chamados de dry powder, disponível para apoiar startups em estágio inicial”
Carlos Ramos de La Vega, diretor de Venture Capital da LAVCA.
As startups em rodadas seed e early stage foram as que tiveram maior crescimento na captação de recursos, avançando 113% e 48%, respectivamente.
Além disso, os aportes por meio do Venture Debt, modelo de financiamento para startups com baixo capital de giro, também vem se expandindo na região, representando 13% do total arrecadado pelas startups, e contribuíram para esse cenário.
Verticais de startups que mais receberam aportes em 2022
Na América Latina como um todo, os cinco setores que mais receberam investimentos no primeiro semestre de 2022 foram os citados abaixo. Para se ter uma ideia, Somente as três primeiras verticais, juntas, captaram mais de 70% do capital aportado no período.
– Fintechs (30%)
– Softwares (20%)
– e-commerces ( 16%)
– Proptechs (7%)
– Logtechs (6%) .
Entre as nossas startups #investidasWEImpact, três atuam em verticias nesse top 5: a Cash.in (fintech), a Unbox (solução de e-commerce ) e a Venuxx (logtech).
Segundo o estudo, o número de repeated founders, ou empreendedores recorrentes, que conseguiram levantar investimentos quebrou recordes em 2022, já que 43% das empreendedoras e empreendedores que já haviam conseguido levantar capital em rodadas de 2019, repetiram o feito este ano – não necessariamente com a mesma startup.
Corporações de olho no Venture Capital
Um outro dado bastante interessante levantado pela LAVCA foi que corporações aumentaram significativamente a sua representatividade no total de investimentos realizados em startups na América Latina.
Analisando o capital destinado a startups early stage, em 2019, os corporates foram responsáveis por 11% dos aportes, saltando para 33% agora,
No geral, a participação de grandes empresas no mercado de Venture Capital no primeiro semestre deste ano supera os três últimos anos completos em todos os estágios, desde seed até late stage,
Essa tendência mostra que a inovação está cada vez mais na pauta desses players, e reforça a importância de empreendedoras e empreendedores do ecossistema se manterem atentos ao que as corporações mais têm buscado na conexão com startups, seja para investimentos ou para negócios.
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Empreendedorismo feminino e o Venture Capital
Para finalizar bem, os dados da LAVCA mostram que a participação feminina nos acordos fechados na América Latina teve um aumento significativo.
Os investimentos em startups lideradas por mulheres – ou com, pelo menos, uma no conselho – passaram de 16% em 2019 para 31% em 2022, passando a equivaler a um terço do valor total em dólares investido na região.
O crescimento dos aportes no empreendedorismo feminino foi observado de forma bem semelhante no ecossistema brasileiro, que viu os investimentos direcionados às startups fundadas por mulheres passarem de 15% para 30% nesse mesmo período,
Não podemos deixar de observar que foi justamente em 2019 que surgiram iniciativas no mercado iniciativas pioneiras com foco no empreendedorismo feminino em tecnologia.
Entre elas, estão a WE Impact, primeira venture builder dedicada a startups fundadas e lideradas por mulheres do Brasil, e o fundo WE Ventures, nosso parceiro e investidor, desenvolvido pela Microsoft Participações em parceria com o Sebrae Nacional e a M8 Partners, e com o apoio da Bertha Capital.
“Quando criamos a WE Impact, não havia nem dados sobre a participação feminina no ecossistema de startups. A dúvida era: será que existem mulheres atuando nesse mercado? E a nossa resposta veio ao lançar a nossa primeira chamada com foco em empreendedoras de startups, junto com o WE Ventures, para a qual recebemos mais de 1.500 inscrições”, relembra Lícia Souza, CEO da venture builder.
Investimentos com lente de gênero
De lá para cá, o investimento de risco com lente de gênero vem ganhando cada vez mais importância, e entrando na pauta de importantes agentes do Venture Capital. O primeiro estudo dedicado a analisar a participação feminina quanti e qualitativamente nesse mercado aqui no Brasil foi publicado em 2021, pelo Distrito – o Female Founders Report.
Segundo dados do relatório, quando se trata de empreendedorismo tradicional, 46,2% das empresas são fundadas por mulheres. Já no ecossistema de inovação, onde os empreendimentos têm foco em tecnologia, essa representação é de apenas 9,8%.
“A lacuna de diversidade no mercado de VC é um reflexo da nossa sociedade e do mercado de tecnologia como um todo. Precisamos ter um olhar intencional para o setor e buscar mais diversidade quando se trata de direcionar investimentos”.
Franklin Luzes, vice-presidente de Inovação, Transformação e Startups em fase de crescimento acelerado na Microsoft Brasil.
Como receber aporte de uma iniciativa dedicada a mulheres
Desde que a WE Impact foi fundada, em 2019, já investimos mais de R$ 1,5 milhão no empreendedorismo feminino tecnológico, impactando a vida de mais de 100 mulheres que fazem parte desse ecossistema.
Para ser elegível a participar do nosso processo de avaliação para receber investimento, a startup deve ser fundada e/ou líderada por mulher(es), base tecnológica e atuar em modelo B2B, ou seja, oferecer soluções voltadas a outras empresas.
Nosso modelo de investimento vai além do capital financeiro: entre os recursos que compartilhamos, está a WE Impact Network, nossa rede exclusiva de mentores e grandes corporações que auxiliam as startups durante a validação das soluções, desenvolvimento de produtos e acesso ao mercado.
Aplicamos também suporte hands-on em 5 pilares para apoiar o crescimento das startups do portfólio e prepará-las para as próximas rodadas de captação: tecnologia, produto, time, receita e diversidade,
Nessa jornada de desenvolvimento, as integrantes do nosso portfólio são preparadas para os próximos rounds de investimentos, e já são pré-qualificadas para receber aporte do WE Ventures.
Se você está em busca de investimento, cadastre os dados da sua empresa neste formulário.